quarta-feira, 12 de março de 2008

S A U D A D E ...

Saudade... Palavra nossa!
É quase que uma exclusividade, uma das palavras mais presentes na poesia de amor da língua portuguesa. Designa tamanha mudança, exprime tamanho sentimento, e não existe para todo o mundo...
Há mesmo um mito de que seja intraduzível. Uma pesquisa, entre tradutores britânicos, apontou a palavra "saudade" como a sétima palavra de mais difícil tradução. CARAMBA!

Se sente saudade de muita coisa...
alguém falecido; alguém que mora longe; alguém que mora perto; alguém que amamos e está longe, ou ausente; de um amigo querido; de alguém ou algo que não vemos há imenso tempo; de alguem que não vemos há poucos dias; de alguém que não conversamos há muito tempo; de situações; de lugares; de fases que não voltam mais; da infância; de um brinquedo; de um cheiro; ou algo que não fabricam mais; de um amor inacabo... (...)

Saudade...
é uma espécie de lembrança nostálgica, lembrança carinhosa de um bem especial que está ausente, acompanhado de um desejo de revê-lo ou possuí-lo.
Saudade...
A angustia de esperar, de lembrar de momentos, relembrar e imaginar que nunca vai ser igual ao que foi.

Sinto falta da minha infância...
Dos meus passeios com Alexandre e mamãe; zoológico; passeio para ver os peixinhos da Galeria Branca; horas na pracinha; na praia; ficar na piscina com Cristiane e Alexandre naquela linda casa da Barra; das viagens pra casa da Paulinha em Petrópolis; passar o verão no "orla 500" em búzios com tia Concha; do policia e ladrão aqui na rua; das viagens para Viçosa e no fim de tarde ficar esperando o trem passar na porta de casa, como se fosse o evento do dia; comer fruta do pé em Manilha; ir pro sítio em vargem grande com a galera da rua; dos penteados que a mamãe fazia e eu tirava quando saía de casa (hahaha); de pegar pão doce fiado na conta da vovó na padaria de Carnaubal; de ter várias fantasias... uma para cada dia de carnaval; passar o fds no clube de mauá; dos mil livros que vó Léa, dinda e mamãe me davam de presente; brincar de escolinha com mamãe, e aprender tudo antes da tia ensinar no colégio; Tia Cristina (primeira tia da Escola!); cineminha com Tia Belinha e toda galera; histórias de marinheiro do vovô Walmir e cia da vovó Léa; dos lanches na Vó Maria (vizinha) quando Bebeto estava aqui... passar a tarde desenhando, sem obrigações... assistindo chaves, chapolim, pica pau, popeye, Tom & Jerry, Heman, Tv colosso, caverna do dragão, Cavalo de fogo, Castelo rá-ti-bum(...)
aiaiai, que infância!

O meu ginásio no meio do caminho virou Ensino Fundamental... E o Pedro II se tornou uma das minhas maiores paixões. Saudades das tardes no banquinho do Jardim de Inverno; dos sanduiches que a vó da Glaucia fazia; das aulas do professor Manuelzinho; dos muitos e trabalhosos trabalhos em grupo; dos meninos se apresentando pra todo colégio como Backstreet boys (hahaha); da Dona Ana, inspetora maluca, que corria atrás dos alunos mesmo sendo manca(hahaha); de ficar irritando a diretora, gritando "PERFEIÇÃO SUPREMA" no hino do colégio, e sair mais de meia hora depois por cantar o hino mais de uma vez; de ouvir Dona Ana dizer que adora "arroz com banana" (hahaaha); do Terceiro Milênio, Fun Club, Maxim's; de fugir do colégio pra ir pro shopping tijuca ficar de bobeira pela manhã; de lanchar no intervalo, lanchar no recreio e as vezes na saída (hahaha); dos torneios de handball; das paixões platônicas; de matar a aula pra ficar no jardim; de assistir os clipes do Sergio; dos barulhentos ensaios de flautas para prova de música; de ser expulsa da aula de Inglês (por ter crises de riso com a Mi); de enfeitar com flores e borboletas todos os trabalhos entregues ao Sergio; das gargalhadas pelos corredores; dos eporros na biblioteca; dos ataques de pelanca da Prof Ana Patricia... hahaha
aiaiai Que nostalgia!
Vem o ensino médio...Muitas mudanças no CPII. Pessoas novas...
A maluquinha da Salma, que saía da aula suja de giz... Fumava o giz e escrevia no quadro com o cigarro. hahaha As provas de desenho, física, matemática e história deixaram boas estórias!!
A bagunça era da galera da frente! Rapha, Rena, Bruno, Dogor melecão, Rô e Pel. hahaha
A malandragem do Fernando e Caio que nem caderno compravam pra aula. O "famoso Big Brother" que nos filmava do outro lado da sala.. hahahaha As piadinhas internas, as gargalhadas e deboches descarados eram marcantes. Teto de isopor perfurado por diversos rolinhos de papel... faltar prova de física e pegar uma segunda chamada pior ainda, e mesmo sem saber nada conseguir 8 (lembra, Rô?!)... fuga pelo portão da quadra... sumiço do cadeado da cantina que surgiu prendendo as "psicólogas" do SOE. Turma toda em apoio! Provas trocadas... Provas "roubadas"! Como aprontamos! hahaha
O ensino médio acaba...
E, o eco das minhas gargalhadas fica preso nos corredores do CPII. Minhas quedas ficam naquelas escadas, salas e corredores. Os pulos ficam na quadra e no jardim. E a lembrança, a saudade, as amizades permanecem comigo. Inúmeras coisas que me fazem sentir SAUDADE. Infinitos fatos que se perdem no tempo, com o passar dos anos.

O melhor colégio, sem dúvidas, que eu poderia ter.
Que saudade...


"Olhem para as nossas ruas. Em cada canto, há alguém conspirando contra a vida. Não o aluno do Pedro II. Há quem diga, e eu concordo, que ele é a única sanidade mental do Brasil. E, realmente, não há por lá os soturnos, os merencórios, os augustos dos anjos. Os outros brasileiros deveriam aprender a rir com os alunos do Pedro II. "
(Nelson Rodrigues)